Todas as manhãs, analisaremos os dados meteorológicos para calcular o local cuja probabilidade de observarmos uma supercélula seja maior. Uma rota bem traçada é fundamental para garantir a melhor posição para a observação dos fenômenos e para nos proporcionar a segurança de que não abrimos mão. Nossos guias meteorologistas darão, dia a dia, as instruções necessárias sobre nossa rotina, como temos que nos preparar, sobre a forma de seguir as tempestades, além de dados técnicos sobre a sua formação. É uma verdadeira aula sobre o clima e muito interessante para quem se interessa pelo assunto.
Sabemos que o tornado é um fenômeno imprevisível seja a longo, médio ou curto prazo.
A previsão mais certeira ocorre pelos radares a curtíssimo prazo e temos que estar próximos do local para presencia-lo. Podemos passar dias sem avistar um tornado, mas fotografando as tempestades mais bonitas: quase sempre com arco-íris, chuva no pôr do sol e relâmpagos impressionantes. Em outra oportunidade, podemos ver vários tornados num dia só. Também precisamos contar com a sorte, mas consideramos que as tempestades são mais ricas para a parte fotográfica.
No decorrer do período que estivermos caçando as tempestades não saberemos com exatidão nossa rota e nem onde terminaremos o dia. Podemos acordar em Nebraska e dormir em Wyoming ou Kansas, ou seja, estaremos totalmente por conta da meteorologia.
Interessante é que todo o tempo entre uma tempestade e outra – as manhãs são quase sempre tranquilas e ensolaradas – é aproveitado para percorrer o interior dos Estados Unidos de verdade. São quilômetros de plantações de milho e trigo, povoados de 200 habitantes e fazendas no meio do nada. Num dia come-se uma bisteca à la Fred Flintstone em um restaurante típico recomendado por nosso guia, em outro joga-se sinuca em um saloon como aqueles dos filmes do Velho Oeste, ao som de música country. O melhor de tudo: ao final de tantas experiências intensas e marcantes, volta-se sabendo bastante sobre fenômenos meteorológicos e desejando retornar para viver novas imersões como verdadeiros caçadores de supercélulas, tempestades e tornados, pois cada viagem nos rende experiências completamente diferentes.
O equipamento fotográfico é bem variado. Lentes grande angulares são as mais usadas, pois as tempestades são gigantescas e muitas vezes precisamos fazer até uma foto panorâmica para captá-las por inteiro. Por outro lado, estaremos em regiões muito planas com visibilidade de quilômetros de distância e neste quesito as lentes teleobjetivas são uma boa opção de compressão da perspectiva. Um tripé é útil para fotos de longa exposição, principalmente para captar relâmpagos.
Durante o dia nem sempre teremos tempo hábil para armar o tripé, pois as paradas são rápidas e dependemos da velocidade que a tempestade avança sobre nós.
No decorrer desta intensa jornada, arriscamos dizer que a caça as tempestades e tornados é de longe a mais rica em oportunidades fotográficas e, graças à experiência da equipe selecionada a dedo para nos colocar nos lugares certos e de forma segura, podemos registrar cenas fantásticas que mesclam a fúria e a beleza da natureza. Nossa expedição é planejada para compartilhar momentos como estes junto a outros entusiastas da fotografia ou aqueles que simplesmente desejam vivenciar uma experiência única em viagem.