Por trás da imagem – Moldura de Gelo
A busca de novas composições e novas maneiras de abordar certos temas é sempre permanente no trabalho de um fotógrafo. Sair do óbvio é necessário e muitas vezes recompensador, gerando imagens bem peculiares.
Nesta foto, feita na Islândia, estava em uma praia de areia negra onde os blocos de gelo, que se desprendem do glaciar de Jökulsárlón, são consequentemente levados até o mar. Já as ondas fazem o trabalho inverso e os jogam de volta para a praia, onde ficam encalhados até derreterem.
O contraste da areia escura, do sol nascente e da transparência azulada do gelo me proporcionavam ricos elementos para trabalhar uma composição diferente.
Procurei então um dos blocos parcialmente derretidos, mas que apresentasse um formato interessante e me possibilitasse a composição com uma lente super grande angular.
Me aproximei com o equipamento até quase tocar o gelo. A luz do sol brilhava atravessando as formas mais finas das estruturas congeladas dando cor e vida à água congelada. Como não era possível usar um tripé, optei por um ISO mais alto que me daria também uma velocidade de 1/125 seg, o suficiente para garantir a nitidez da foto. A profundidade de campo também era importante, pois eu pretendia manter o foco tanto no gelo próximo a câmera quanto nas nuvens. Usei então um diafragma de f:22 para potencializar este efeito.
A Islândia é um país de contrastes múltiplos e que muda drasticamente sua paisagem dependendo das estações do ano. É um destino onde visito constantemente para aumentar a possibilidade de capturar imagens belíssimas como a aurora boreal no inverno, as flores da primavera, os campos verdejantes e as cachoeiras volumosas no verão e as cores douradas do outono.
Câmera: Canon 5DSr
Lente: Canon 14mm
Abertura: f:22
ISO: 400
Velocidade: 1/125 seg
Local: Jokursaløn – Islândia